domingo, 23 de setembro de 2012

Memórias preservadas!



Queridos amigos
Nas últimas quatro semanas me dirigi a vocês para apresentar minhas propostas de atuação no Legislativo Municipal. Como tenho dito, quero ser a “voz” e “presença viva” do meu amigo Clodovil para cuidar de Ubatuba. Em cada semana apresentei os detalhes das minhas propostas das áreas que pretendo trabalhar: Cultura, Turismo, Saúde e Lazer/Entretenimento.
Ousado, honesto, verdadeiro e transparente como sou, quero oferecer a vocês um “resumão das minhas propostas”, que deve servir como o compromisso que mais uma vez assumo com vocês!
Durante o período em que estive ao lado do meu amigo Clodovil muitas lembranças, fatos, situações, episódios e experiências vivemos sem qualquer registro documental. Por isso, quero sanar essa lacuma que ficou em minha vida, oferecendo agora a vocês, meus eleitores, um registro concreto de todas as minhas aspirações, pretensões e intenções.
De forma bastante didática e direta seguem as minhas propostas, que não prometo, mas irei cumprir todas elas até o fim do meu mandato como representante de vocês na Câmara Municipal de Ubatuba:
Cultura
·         Firmar parcerias importantes com cineastas e produtoras de filmes para que venham para Ubatuba e divulguem nossas belezas naturais, nossa história e nossa vida.
·         Incentivar eventos culturais, como feiras de livro, com lançamentos nacionais e, principalmente, com escritores da região.
·         Fomentar o teatro em nossa cidade.
·         Criar novas salas de espetáculos e projeções
·         Fomentar nos bairros eventos de médio porte como feiras e exposições es oficinas de artes e ofícios pensando sempre no desenvolvimento das pessoas,
·         Buscar parceria para o resgate, divulgação e valorização do nome e memória do meu amigo Clodovil com a criação do Museu do Clodovil.
Turismo
·         Fomentar e enaltecer mais e mais a nossa indústria: o turismo.
·         Ampliar nossa capacidade e potenciais turísticos.
·         Criar o Centro de Apoio ao Turista: local onde possamos valorizar e prestigiar tudo que nossos moradores e visitantes trazem e fazem pela nossa cidade.
·         Apresentar leis que propiciem uma maior política de incentivo ao empreendedor e empresário de Ubatuba, na busca de mais investimento, emprego e renda para nossa população.
·         Ampliar o número de campeonatos esportivos em diversas modalidades, trazendo eventos regionais e nacionais para nossa cidade.
·         Estabelecer contatos com pessoas influentes e de bem em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e demais cidades do Brasil para  pleitear todo apoio necessário para implementar minhas propostas para o Turismo, que é a grande fonte de renda e de riqueza de nossa cidade, pois não destrói, não polui e somente preserva o planeta! 
Saúde
·         Criar leis de incentivo à instalação de clínicas médicas em nosso município.
·         Criar leis que visem cuidar e apoiar as mães e a saúde da criança.
·         Ampliar número de creches.
·         Oferecer transporte gratuito de ida e volta para mães e bebês das creches.
Lazer/Entretenimento
·         Tornar Ubatuba referência de grandes eventos e shows artísticos o ano inteiro
·         Fomentar eventos, feiras, festivais de música, de teatro, de bandas e competições esportivas
·         Buscar parcerias para o projeto de melhoria da iluminação pública de nossa cidade, por meio de stands e quiosques em locais estratégicos.
Mais uma vez eu peço: pensem e reflitam sobre essas propostas. Acredito que, se não conseguir implementar ao menos a metade, não medirei esforços para propor alternativas. Vocês sabem o quanto sou persistente e batalhador. E não vou ficar parado e nem quieto nunca. Depois de mim NUNCA MAIS UBATUBA SERÁ A MESMA!
Continuo a sua disposição para mais informações, esclarecimentos e aberto para sugestões e críticas! 

25011João Amigo do Clodovil.


domingo, 19 de agosto de 2012

Idéias, projetos e ideais sempre vivos e respeitados!


Querido amigo (a), aqui estou para me expor (mais uma vez) e apresentar algumas das propostas que trabalharei na Câmara dos Vereadores. Não são propostas “novas” para quem já acompanha minha vida e meu trabalho. Simplesmente, enquanto candidato a Vereador, tenho consideração por você eleitor (a) e amigo (a) e, de antemão, deixo claro quais são minhas pretensões.

Antes de esboçar minhas propostas, acho importantíssimo esclarecer o Papel do Vereador. Os Vereadores são eleitos juntamente com o Prefeito do Município, no qual os primeiros têm a função de discutir as questões locais e fiscalizar o ato do Executivo Municipal (Prefeito) com relação à administração e gastos do orçamento. Eles devem trabalhar em função da melhoria da qualidade de vida da população, elaborando leis, recebendo o povo, atendendo às reivindicações, desempenhando a função de mediador entre os habitantes e o Prefeito. Portanto, amigo (a), é papel do vereador fiscalizar, denunciar e propor leis.

Escolher um representante que tem um papel tão importante como esse, não é uma tarefa simples. Por isso quero ajudá-lo em sua escolha e deixá-lo livre para decidir, conscientemente, para que você seja representado com dignidade, respeito, coerência, verdade e força. Quem me conhece sabe que essas características eu não perco nunca!

E é pensando nisso que continuarei trabalhando intensamente em quatro áreas de grande carência em nossa Ubatuba: Cultura, Turismo, Saúde e Lazer/Entretenimento. Além de fiscalizar, exigir melhorias e avanços é importante que eu colabore para que tudo isso aconteça.

Na área da CULTURA continuarei incentivando fortemente a produção de filmes, eventos culturais, lançamentos de filmes nacionais e livros, bem como, buscarei parcerias para promoção de teatro, criação de novas salas de espetáculo e cinema. Nos bairros fomentarei eventos de médio porte como feiras e exposições, sem falar é claro das oficinas de artes e ofícios pensando sempre no desenvolvimento das pessoas. Meu grande mote será a busca de parceria para o resgate, divulgação e valorização do nome e memória do meu amigo Clodovil, que foi um grande cidadão para nossa cidade.

Com o TURISMO, atrelado ao desenvolvimento da Cultura e Lazer, buscarei a criação do Centro de Apoio ao Turista, prestigiando os moradores e os visitantes da nossa cidade. Outra proposta bastante inusitada que tenho é a criação de Leis que propiciem uma maior política de incentivo ao empreendedor e empresário de Ubatuba, na busca de mais investimento e de emprego. Ampliar o número de campeonatos esportivos em diversas modalidades e não somente surf, trazendo eventos regionais e nacionais para Ubatuba.

Na SAÚDE tenho como proposta inovadora criação de lei de incentivo à instalação de clínicas médicas em nosso município. Cuidar e apoiar as mães e saúde da criança será minha principal tarefa nessa área, com a ampliação de creches e transporte de ida e volta para mães e bebês.

E, finalizando, para a área de LAZER/ENTRETENIMENTO, farei de tudo para sermos referência de grandes eventos e shows artísticos o ano inteiro, como nossa vizinha Paraty e Caraguatatuba, que conseguem atrair turistas durante o ano e oferecer opções de lazer e entretenimento para a população local. Pensando nisso, buscarei parcerias para um projeto bastante audacioso que é a melhoria da iluminação pública de nossa cidade, por meio de stands e quiosques em locais estratégicos.

Querido (o) amigo (a) e eleitor (a) quero estabelecer contigo um grande compromisso: João amigo do Clodovil é, e continuará sendo, a mesma pessoa batalhadora e amante da nossa cidade. Tudo que estiver ao meu alcance, como sempre foi, será feito. Trabalharei intensamente para tornar nossa Ubatuba orgulho de todos nós!

Na hora de votar lembre-se de tudo isso e digite 25011 – João Amigo do Clodovil. Continuo a sua disposição para mais informações, esclarecimentos e aberto para sugestões e críticas!


quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Projeto de vida: SAÚDE!


Queridas e queridas! Como todos sabem sou candidato a vereador aqui em Ubatuba. A campanha já está bastante agitada e, com isso, tenho me dedicado muito a ela. Peço perdão pelo atraso nas postagens! Minha candidatura se deveu, em grande parte, ao apelo amigos e admiradores do meu trabalho, principalmente quando estive ao lado do meu mestre e amigo Clodovil. Nunca escondi de ninguém o quanto esse homem me ensinou a ser gente sem nunca perder o brio, a hombridade, a coragem e a transparência. Vocês sabem o quanto Clodovil defendeu e batalhou por uma melhor qualidade de vida das pessoas em geral, mesmo antes de ser Deputado. Em seus programas de televisão sempre falava e defendia aqueles que tinham pouco ou nenhum acesso a Justiça. Uma das grandes brigas de Clodovil sempre foi por causa dos maus tratos a que sujeitavam as pessoas nos hospitais. E, para que as pessoas não fossem mais obrigadas e “mendigar” atendimento nos hospitais e serem tratadas como “gente”, ele criou Projetos de Lei que beneficiam e protegiam a saúde da mulher, da gestante, do empregado doméstico, dos professores, dos enteados e dos profissionais da saúde. Ao lado do Clodovil pude perceber o cuidado e carinho que ele tinha com as pessoas. Comigo ele fez escola. Sim, o meu mestre me ensinou que não é preciso deixar de ser gente para cuidar de gente. Quero fazer tudo o que ele quis fazer e não conseguiu. As agendas, anotações, conversas, planos que ele sempre compartilhou comigo, serão meus motes e encorajamento para antes e depois da Eleição. Aqueles que quiserem conhecer mais os meus projetos para a Saúde, podem me procurar. Depois de mim Ubatuba nunca mais será a mesma. E tenho dito!



quarta-feira, 18 de julho de 2012

Clodovil no Poder!


Olá amigos! Que correria anda a vida com tantos compromissos. Mas estou muito feliz com os rumos e ares que nossa querida Ubatuba vem tomando! Minha felicidade é grande devido aos quase milhares de visitantes à exposição Clodovil e o Poder. Diariamente, moradores e turistas de Ubatuba visitam a exposição e se surpreendem com a atuação do saudoso e amado Clodovil no Congresso Nacional. Não é para menos, afinal, dizia ele "Brasília nunca mais será a mesma depois de mim!". Pois é, amigos, como todos sabem, ele foi um dos políticos mais votados do país. Apresentou diversos Projetos de Lei, alguns inusitados e outros polêmicos. Clodovil sempre foi uma figura inegavelmente polêmica. Mas tinha ideias e coragem, além das suas contradições, tão humanas. Inteligente, com um senso crítico aguçado, ele dizia o que os outros apenas pensavam. Apresentou o melhor projeto que a Câmara teve em muitos anos: a proposta dele era reduzir de 512 para 250 o número de deputados. Segundo ele, "A Casa funciona bem melhor com menos da metade dos deputados, se os que ficarem quiserem trabalhar. Com isso teremos mais dinheiro para investir em saúde, educação e cultura que o povo merece e ainda diminuiremos a corrupção desse país." Como parlamentar também sugeriu que o Governo Federal mantivesse um serviço de atendimento médico, psicológico e social para as vítimas de violência sexual em todo país. Na relação de propostas apresentadas por Clodovil, há ainda a ampliação do período de internação sócio-educativa para as crianças e os adolescentes acusados de crimes. Atualmente a idade limite é de 18 anos, mas como Deputado propôs que a internação se estenda para os 26 anos - com a ressalva que o período de internação seja de no máximo 8 anos. No entender de Clodovil, assim como os médicos, os dentistas também deveriam fazer residência médica. Por essas e outras que amo e amarei eternamente esse grande amigo e mestre que tive em toda minha vida. Quero representá-lo cada vez mais aqui em Ubatuba, no Brasil e no mundo. A herança cultural e a grande preocupação com a população que Clodovil me deixou, da qual tenho grande fascínio, me motivam, instigam e encorajam a fazer mais por nossa gente. Contem comigo! Depois de mim, Ubatuba jamais será a mesma!




sexta-feira, 22 de junho de 2012

Ensaio sobre o amor: filme de Thiago Barreto!

Os convites para a estreia do filme do diretor Thiago Barreto ja estão disponiveis , assim como os do ANCHIETA CAFE , quem quizer assistir a um espetáculo de primeira linha e participar de uma festa top é só me ligar no 97885666 , agradeço aos parceiros Jornal Agito Ubatuba Radio Costa Azul Hotel São Charbel Htl Pousada Cavalo Marinho Ubatuba Palace Hotel Scutti Buffet (Restaurante Picanha na Taboa) Habibis Ubatuba , e muitos outros que sem a cooperação não conseguiria executar tal projeto !Conto com vocês dia 28 de junho as 20hs no Cine Porto para mais esta festa da arte e cultura de Ubatuba!



quinta-feira, 14 de junho de 2012

Natureza: requinte e bom gosto pelo melhor!


A  Rio + 20 trás a tona algumas das maiores preocupações desse grande homem, que muito contribuiu com Ubatuba, deixando um legado imenso! Ninguém discorda que, sem dúvida alguma, meu amigo Clodovil fez aumentar o interesse de milhares de brasileiros por nossa cidade, devido a sua grandiosa mansão. E não era pra menos! Sua mansão agrega requintes de excentricidade e, ao mesmo tempo, o prazer e a valorização daquilo que Clodovil sempre julgou mais sagrado: a natureza! Meus amigos, ele amava, curtia, apreciava e cultivava tanto as riquezas naturais, que em cada detalhe da mansão podemos perceber isso. Há mais de um mês tivemos a alegria da homenagem ao estilo e gosto pela decoração de Clodovil, pela jornalista Verônica Macedo, em seu Blog DiCasa9vaQuero aproveitar as imagens e comentários disponibilizados por ela e compartilhar com vocês, de modo que reconheçam o bom gosto e requinte dessa figura saudosa que por aqui viveu! Venham comigo e apreciem o que pode ser feito em parceria com a natureza!

Vista aérea da mansão em Ubatuba. 

Repare que uma das características mais marcantes na decoração de Clodovil é permitir o contato da arquitetura combinada à natureza.

Uma das vistas mais lindas da mansão. As mesas de jantar, almoço, lanche de Clodovil tinham que ser impecáveis. Flores davam um ar ainda mais sofisticado à decoração.

Uma escolha arquitetônica marcante: numa outra varanda não há piso. O chão foi revestido com areia para que ele e seus convidados comessem relaxados diante da magnífica mata e mar. Mobiliário branco, parede branca.

Quadros espalhados pelas paredes são uma das marcas de decoração do Clodovil.

Peças rústicas combinadas a peças clássicas: marca registrada de Clodovil.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

O amor dos animais é incondicional, verdadeiro e leal.


Querido amigos, em tempos de saudosismo e tantas coisas acontecendo, no aconchego da minha casa e na companhia incondicional da Vida, minha cachorra, lembrei-me como o Clodovil amava seus filhos. Sim, os cachorros que moravam com ele na mansão aqui em Ubatuba, eram tratados como filhos e sua verdadeira família. Certa vez, os Pugs Castanhola, Antônio, Carmem e Zeca ficaram doentes, com Leishmaniose, adquirida depois de serem picados por mosquitos. Ele ficou desesperado e não sabia o que fazer. Levou-os a um especialista renomado em São Paulo, onde ficaram internados por dois meses. "Gastei 9 mil reais para salvá-los. Preferia que me matassem, a ter que sacrificá-los", disse Clodovil, reiterando o seu amor pelos cães que até dormiam em sua cama. "Eles dormem comigo, não tenho medo de pegar doenças." Clodovil gostava de dizer que Castanhola salvou sua vida duas vezes, quando estava com sérias dificuldades financeiras e pensou em se matar. Numa das situações, contou ele, a cachorrinha Castanhola apareceu em uma visão, impedindo que ele cometesse uma besteira. Em outra, quando o funcionário que o encontrou em seu quarto. Este só entrou no quarto porque estava na hora de dar o remédio de Castanhola, que dormia com ele. Quando o funcionário a cachorrinha estava inquieta tentando despertar a atenção dele para que visse Clodovil caído.  Após sua morte, os cães foram adotados por amigos de Clodovil. Antes de morrer, uma das maiores preocupações dele era saber com quem ficariam os cãezinhos. A Pug Castanhola foi adotada pelo seu ex-assessor Klaus Agabiti. Um outro cachorrinho, o Pandeiro, por equívoco acabou em mãos erradas, de uma pessoa que não era tão amiga de Clodovil, e foi para o Chile. Na mansão ainda ficaram três pastoras-alemãs - Festa, Alegria e Felicidade. Como ainda estão sendo adestradas, ninguém se ofereceu para tomar conta delas. O amor dos animais é incondicional, verdadeiro e leal. Nos dias de hoje tá mais fácil conviver com os animais, que dizem irracionais, do que com os seres racionais e inteligentes, concordam?





segunda-feira, 30 de abril de 2012

Meus amigos , ano politico , eleições se aproximando , movimento de coligações , pré candidatos , apoios, oposição , tudo vai em um crescente , e para mim é impossível não lembrar de meu amigo querido Clodovil , que em seus últimos 3 anos de vida respirou politica, foi eleito deputado federal com quase 500 mil votos , sem praticamente fazer campanha , só seu nome , sua fama e seus múltiplos talentos bastaram para elege lo , e ele foi atuante , teve vários projetos aprovados , estava com outros tantos em andamento , quando Deus precisou de bom gosto no paraíso e chamou meu amigo para auxilia lo , uma pena , pois Clodovil estava no auge de sua capacidade criativa , tinha mil ideias para melhorar a vida das pessoas , apesar de estar politico , ele era artista na essência e na alma , meu Deus , como eu sinto ele não ter tido tempo para por em pratica seus projetos e ideias revolucionarias , para Ubatuba então nem se fala , revirando meus baus , relendo velhas agendas , aonde eu anotava tudo para ele, quando sua inspiração vinha , e ele me ditava tim tim por tim tim , vejo que realmente o Brasil e principalmente Ubatuba perdeu um gênio , ainda bem que ele me contou tudo , para que em seguida eu passasse para o computador como era nosso costume , sou , com muita honra possuidor de um tesouro , pois se as ideias de Clodovil Hernandes forem colocadas em pratica,Ubatuba ira evoluir em todas as áreas 40 anos em 4 , bem o futuro a Deus pertence , mas as atitudes pertencem aos seres humanos e quem sabe eu não tomo uma em memoria de meu amigo Clodovil ! Me aguardem ......por enquanto o segredo é a alma do resultado como diria Clodovil!

Meus queridos amigos , hoje esta coluna vai somente agradecer a todos aqueles que prestigiaram o documentário UBATUBA HISTORIAS DE VIDAS DE CUNHAMBEBE A CLODOVIL , QUE TEVE UM ESTRONDOSO SUCESSO , COMO NUNCA ANTES VISTO AQUI EM UBATUBA, no ultimo dia 19 no CINE  PORTO  e no dia 20 no ANCHIETA CAFÉ  , porem principalmente quero agradecer a todos que apoiaram o projeto , desde sua concepção ate sua estréia , sem o comercio local eu jamais teria conseguido fazer que este maravilhoso sonho se tornasse realidade , agradeço ao Dr. Eugênio Camargo e ao Mauricio do Hotel SÃO CHARBEL E DA POUSADA CAVALO MARINHO ,  a minha querida amiga Sylvia do MATE MIX  , a Sueli e ao Rudy da PICANHA NA TABOA , ao Daniel e a Meire do DMA  , ao Paulinho do SEM MISÉRIA ,  a Vanice do PAPAGALLI  , ao Leo do PECADO DA GULA  a Maria da Gloria  DO UBATUBA PALACE HOTEL , ao Alfredinho do RESTAURANTE SENZALA ,  a D. Eliana e ao Sr. Hugo do CINE PORTO  ao Gerson do BUCANEIROS  , a Lu e Moacir da MOACIR IMOVEIS  , a Sirleine e ao Jean do ANCHIETA CAFE  a Patricia e ao Guilherme do SHOPPING PORTO ITAGUA  a Cicera e a Helena da CAMISARIA COLOMBO E ARMAZÉM DO HOMEM  , ao Elton do RESTAURANTE MARLIN AZUL  , ao Isidoro e a Simone do HABIBIS a SOS FARMA atravez de Felipe , gerente e amigo , a toda a PREFEITURA MUNICIPAL DE UBATUBA E SUAS SECRETARIAS, ao meu amigo SATO ,  a JACKIE  , ao Ronaldo e ao Nuno  da PADARIA BACANA  e do TANGARA , a Kakau e a Ewaldo aqui do JORNAL AGITO UBATUBA , a Dona Carmem e ao Sr. Euclides da FLORA NATURALLI E FUSION , ao meu querido amigo Carlos da POUSADA DOMUS , enfim a todos aqueles que me apoiaram para que o nome de Ubatuba e de Clodovil pudesse ser enaltecido e perpetuado nesta obra de arte que é o documentário do diretor DIMAS DE OLIVEIRA JUNIOR  , como o meu amigo CLODOVIL  falava : "EXISTEM PESSOAS QUE NASCERAM PARA SER E OUTRAS QUE NASCERAM PARA DESMERECER " , vocês meus amados amigos e apoiadores são as da primeira categoria , vocês todos são pessoas que fazem por merecer o sucesso de seus empreendimentos comerciais , e agradeço do fundo de meu coração a confiança , o apoio e principalmente a boa vontade  de vocês , e juntos vamos colher os frutos pois Ubatuba e Clodovil agradecem e com certeza retribuirão estas doações e apoios ! Mais uma vez quero aqui de publico demonstrar minha gratidão eterna e me aguardem que logo logo estarei novamente batendo a porta de todos vocês pedindo mais apoios e patrocínios para que Ubatuba apareça na mídia nacional , para que o nome de meu amigo CLODOVIL  não desapareça e para uma terceira coisa que por enquanto não posso comentar ... me aguardem após JOÃO TOLEDO UBATUBA JAMAIS SERA A MESMA !!!!

Meus amigos , esta semana o assunto que mais se destacou na mídia de todo o Brasil foi o leilão dos bens de Clodovil , eu achei deplorável que o mesmo fosse realizado , pois acho que jamais a memoria de um artista único como Clodovil ou de qualquer outro deva ser leiloada , a mesma deveria ser preservada , porem infelizmente as pessoas que estão legalmente gerindo o espolio de meu amigo não pensam assim , e no Brasil a lei é muito truncada e a burocracia então nem se fala , perde o Brasil , mas principalmente perdemos nós aqui de Ubatuba que aos poucos assistimos a possibilidade de termos um memorial /museu na residencia de meu amigo aconteça , como Clodovil dizia "FALTA BOA VONTADE POLITICA PARA ESTE BRASIL SER UM LUGAR DIGNO PARA TODO O POVO " , por isto e que eu tenho guardadas comigo as ideias de meu amigo para uma Ubatuba melhor , mais culta , mais turística , menos esquecida e mais exaltada por todos os que aqui moram ou visitam , ah como ele tinha planos , projetos , que inclusive incluíam seu próprio patrimônio , e se tudo correr como espero vou coloca las em pratica , pois as mesmas são independentes , e só precisam de alguém com garra para executa-las , e com poder politico para ter os acessos necessários , a garra eu garanto que tenho , até Clodovil falava para todos de meu "atrevimento" já a acessibilidade politica , bem ai , por enquanto abafemos o caso , ate semana que vem , e pensem sempre neste conceito de Clodovil "A REALIDADE E A VERDADE SEMPRE HABITAM NAS ENTRELINHAS , QUEM SABE LER NAS MESMAS SEMPRE ESTA UM PASSO A FRENTE "

sexta-feira, 23 de março de 2012

AMIGOS PARA MATAR AS SAUDADES SEGUEM FOTOS DE MEU QUERIDO E CADA VEZ MAIS SAUDOSO AMIGO

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Meus amigos hoje vou relatar uma historia engraçada a voces , Clodovil não tinha nenhum tipo de constrangimento , ele literalmente pensava e fazia , e sempre achando que estava certo , na maioria das vezes ele realmente estava , e o tempo sempre dava razão a ele , pois bem era uma tarde de sabado e minha amiga Helena uma decoradora de São Paulo veio me visitar e foi comigo a casa de Clodovil , pois bem la chegando ele simpatizou muito com ela , e ambos começaram a falar em um assunto no qual Helena era mestra , decoração , em um certo momento da conversa Clodovil levanta se pede licença dirige se a sala azul , e após uns 20 minutos retorna e pede a Helena que o acompanhe , saimos todos da sala vermelha e quando chegamos a sla azul todos os objetos e quadros que decoravam a mesma estavam no chão , eu não acreditei na bagunça , ele então chama Amanda , e um segurança e diz a minha amiga Helena "QUERO QUE VOCE DECORE A SALA COMO VOCE ACHARE MELHOR , SE FICAR TÃO BOM QUANTO ESTAVA OU MELHOR VOCE VAI TRABALHAR PARA MIM , CASO NÃO FIQUE VOCE ESTA PERDIDA"  Helena surpresa aceita o desafio , e começa a arrumar a sala azul Clodovil com um sorriso matreiro observa calado , 2 horas depois  , a sala esta deslumbrante , ele observa ,anda de um lado para o outro , sempre quieto, e finalmente fala QUERIDA VOCE ME SURPREENDEU , A SALA ESTA DIVINA , POREM EU VOU MANTE LA ASSIM POR UMA SEMANA , E DEPOIS VOU RETORNA LA A FORMA ORIGINAL , DIGA SE DE PASSAGEM CRIADA POR MIM,  , APESAR DA SUA DECORAÇÃO ESTAR MUITO MELHOR ,  eu então perguntei Mas se a dela esta melhor por que voce não a mantem assim ? Ele respondeu :"PORQUE JOÃO ESTA DECORAÇÃO NÃO TEM A MINHA GRIFFE A MINHA ASSINATURA , E AS PESSOAS E A MIDIA QUANDO VEM A MINHA CASA TEM A EXPECTATIVA DE ADMIRAREM AS MINHAS CRIAÇÕES , QUE SÃO INIGUALAVEIS ! Eu e Helena pasmos nos olhamos e rimos afinal eram estas atitudes que fizeram de Clodovil , Clodovil !!! A foto é um detalhe da sala azul decorada por Clodovil !

Já que estamos no momento de reviver as grande pérolas de Clodovil, eis a versão maior da entrevista que Clodovil deu paro o número 1 da revista M…, no fim de 2006, quando acabara de ser eleito deputado federal por São Paulo. Muitos trechos desta entrevista nunca foram publicados, pois não couberam na edição. Na verdade, é mais do que uma entrevista. É uma conversa, a qual Clodovil quase transformou em monólogo.

Eu arrisco a dizer que esse registro é o que melhor representa o que foi Clodovil. O texto está disponível não só para o público, mas para toda a imprensa, caso haja interesse em republicação de trechos. Lamentamos eventuais erros de português ou de formatação, pois esta não é a versão que passou por revisão:

POLITICAMENTE INCORRETO
No primeiro contato que fizemos, por telefone, Clodovil Hernandez não quis muito papo. Disse que estava muito aborrecido com a Imprensa. Mas insistimos, explicamos bem o que era a M… e ele acabou topando nos receber em sua casa de praia, em Ubatuba, no litoral paulista, onde costuma passar o tempo com a cadelinha Castanhola. Nossa equipe, formada pelos editores Silvio Lach e Ulisses Mattos e pelo fotógrafo Alex Ferro, combinou não confrontar Clodovil caso discordasse das opiniões durante a entrevista. O objetivo era deixar o terceiro deputado federal mais votado de São Paulo falar o que quisesse, como havíamos prometido a ele. Como se pode ver no texto abaixo, com os melhores momentos da conversa, Clodovil é franco. Na verdade, um franco atirador, com munição pesada contra variados alvos. Muito falante, Clô (já somos íntimos) chegou a nos poupar trabalho, fazendo ele mesmo grande parte das perguntas, inclusive a abertura da entrevista. Espia só: 
CLODOVIL -  Eu tô muito cansado, muito enjoado da vida. Sou um vitorioso desde que nasci, mas vitorioso para quê? Para porra nenhuma. Não existe jornalismo, não existe mídia, não existe gente com talento e não existe mais respeito ao talento. Hoje é tudo imediatista. Eu entendi o nome da revista na hora! E fiquei feliz de vocês terem me entendido e me procurado. 
ULISSES – A gente ouviu muito falar: “você viu em São Paulo, foram eleitos o Maluf e o Clodovil?!”. Peraí! O Maluf é ladrão e tal – ou a gente acha que é. Esse pessoal que está votando no Clodovil é um pessoal que tá de saco cheio de tudo…
CLODOVIL – Não é simplesmente um voto de protesto.
ULISSES – Tudo bem, mas pressupõe que você vá fazer alguma coisa…
CLODOVIL – É você que vai dar a entrevista ou eu?
ULISSES – É um bate-papo…
CLODOVIL – Aí vai ficar uma merda mesmo (risos). Deixa eu falar uma coisa: esse público que vota em mim é um público que não é pesquisado nunca. Engraçado, o Ibope nunca veio me procurar aqui em casa.
SILVIO – Você disse que estava cansado. Cansado de quê? Da mídia? 
CLODOVIL – Da falta de qualidade. Nada mais tem qualidade. Uma moça como a Daniella Cicarelli faz um filme pornô na praia, combinado, e a mídia acha que aquilo é inusitado. Inusitado é quando eu pego no saco e digo “porra, ficou bom pra caralho, hein?” [frase de Clodovil em um anúncio da Suvinil, disponível no youtube.com]. Isso é inusitado, mas a Suvinil não teve colhão para divulgar. Eles não queriam nem me pagar porque era um teste. Eu não tenho medo de teste, grandes pessoas com talento não têm medo de teste. A Bette Davis, quando tava no ostracismo, pôs um anúncio no jornal: atriz laureada com dois Oscars precisa de emprego. Chamaram ela para fazer um teste pra Whatever happened to Baby Jane (O que terá acontecido a Baby Jane?) e ela ganhou o Oscar de Melhor Atriz [na verdade, a atriz foi apenas indicada ao prêmio]. Quando você tem talento, você não tem medo. Mas hoje você não concorre mais com talento, você concorre com a cama da Luciana Gimenez! 
SILVIO – Com certeza. A idéia da revista surgiu do mesmo raciocínio.
CLODOVIL – Eu sou a madrinha dessa revista, porque eu desmistifico as coisas. Não por não acreditar nelas, mas por acreditar na beleza. Eu venho de uma carreira de moda e ninguém nunca fez como eu fiz e nem fará. Mas descambei pra todas essas outras coisas na vida porque sou um anarquista. Nunca amei ninguém. Mas não acho que uma pessoa não tenha direito ao amor. Só que o amor que eu tenho na cabeça hoje é bandalheira. Até os homossexuais quererem legalizar o casamento, que é uma instituição falida entre homem e mulher. Como pode isso? O homem vai de noiva com um buquê de nabo na igreja? (risos) Agora, conviver comercialmente, no fundo tudo é comércio, isso eu acho perfeito! Porque a família repudia o homossexual, mas depois que ele morre todo mundo quer o dinheiro. Dinheiro todo mundo quer, não interessa quem ganhou. Por isso tem tanta puta hoje em dia. A família não tem mais vergonha de ter uma puta em casa, mas tem vergonha de ter viado. Mas compara Da Vinci, García Lorca, Michelangelo com uma puta. O que foi que as putas deixaram além de gonorréia e sífilis? Eu sempre fui homossexual, mas eu sempre fui apaixonado por mulher. A mulher é o símbolo da beleza. É a maior prova de que Deus existe, mas elas são burras e não percebem isso. Quem gosta de mulher é viado, que enfeita a mulher. Eu não to enaltecendo nada! Isso é uma realidade! Mas lógico que eu conheço muitas mulheres que vivem sozinhas e que não dependem de ninguém. Não são felizes, porque ninguém é feliz nesse mundo, mas pelo menos são independentes e não dependem de homem. Ao contrário, usam o homem como uma garrafa deveria usar o homem: só como uma rolha. 
ULISSES – Hum-hum.
CLODOVIL – Não quero que concordem comigo. É só minha opinião. Se você quiser escrever isso com segundas intenções e com subtexto sujo, vai fazer com que as pessoas raciocinem como você. Mas não será uma entrevista comigo. Agora me explica o meio milhão de votos sem fazer campanha? É porque as pessoas acreditam em mim. E descobri que foram desviados um milhão e meio de votos da minha eleição. 
ULISSES – Descobriu como?
CLODOVIL – Disseram. Mas não vou fazer nada a respeito. Eu já estou eleito mesmo. Acontece que tinha muita gente pendurada em mim, num partido pequeno, com outras intenções e que não me ajudaram em nada. Pessoas que não acreditam em Deus, mas eu acredito. Ninguém foi eleito.
CLODOVIL – Mas o que me deu essa possibilidade de ser uma pessoa além da maioria? 
CLODOVIL – Eu não estudei o suficiente pra saber além do que eu sei. Eu simplesmente ponho em prática. 
CLODOVIL – Eu sou só estilista?
CLODOVIL -  Não, eu sou uma pessoa curiosa. Não sei merda nenhuma, sem falsa modéstia. Uma pessoa sábia disse: “só sei que nada sei”. De quem é essa frase mesmo?
ALEX FERRO – É do Sócrates, do Platão, daquela turma…
CLODOVIL – …(turma) de bicha! De bicha mesmo, ué! O mundo é tão idiota! Toda família prefere ter um filho bandido a um filho homossexual. 
CLODOVIL – Por quê? 
CLODOVIL – Porque eles acham que o filho bandido tem conserto. Isso também é coisa de homem. Viado não tem isso. (risos).
CLODOVIL – Mas eu não to fazendo apologia ao viado. Jamais vou fazer apologia ao viado. Eu aprendi a ter discernimento sozinho. Eu discerni quando, aos 13 anos, vi meu pai transando com o meu tio, que eu não era fiscal da bunda dele. O homofóbico nada mais é do que um criminoso, que mata os viados porque também é viado.
SILVIO – Ou quer ser e não tem coragem. 
CLODOVIL – Não é questão de ter coragem. Quando se quer, se é. Agora que eu vou para Brasília, todo dia me botam medo: medo disso, medo daquilo… Medo de quê, meu Deus? Vou encontrar um bando de gente como eu, com dor de barriga, com tristeza, com alegria. Eu sou um ser abençoado. Fui achado num fundo de quintal, jogado fora e recolhido pelo meu pai de adoção, que me deu o alimento, deu o norte da vida e me disse: “eu não tenho dinheiro para deixar pra você, mas eu vou deixar uma coisa que nunca vão te tomar na vida: você vai estudar”.
ULISSES – Hum-hum.
CLODOVIL – E dentro do que eu pude estudar, eu assimilei tudo. Sou uma pessoa de livro e de orelha de livro. Se eu leio a orelha, não preciso ler o livro. Sei que é errado, porque o bom do livro não é o texto, é o subtexto, mas eu tenho esse defeito de fazer o subtexto da orelha. O subtexto é o que norteia a vida da gente, é o que está atrás da palavra. A palavra é uma coisa sagrada, mas é o que está atrás da palavra que interessa, não é aquilo que ela apresenta. Se você pegar no sentido religioso, você vai dizer “e o verbo se fez homem”, isso é Deus. 
CLODOVIL – O que é o verbo? 
CLODOVIL – É a palavra. Eu queria ser burro, mas eu não consegui ser burro, então tenho que pagar um preço muito alto por estar aqui.
ULISSES –  O pessoal tá te metendo medo sobre Brasília. A gente tem uma visão de Brasília ser um ninho de cobras. Claro que tem gente bem intencionada…
CLODOVIL – Cobra tem em todo o lugar. Eu também sou uma cobra e vocês não sabem. Eu posso ser uma cobra gay. Mas eu não tenho medo porque eu não vou lá pra afrontá-los. Eu fui levado até lá para fazer alguma coisa que não sei ainda o que é, mas sei que vou conseguir, vou implantar neles [nos políticos] uma política de bondade, de fraternidade. Desmistificar isso que as pessoas têm de Brasília, como se aquilo fosse uma corte de víboras analfabetas. As pessoa não são ruins, todos têm uma missão pra cumprir… Veja o Duda Mendonça. Eesse homem devia ser enforcado. Um sujeito que faz uma campanha suja para um sujeito sujo num sistema sujo, que vive de sangue de galo. Se ele não tem piedade de galo vai ter piedade da gente por quê?  O povo parece idiota mas não é. 
CLODOVIL – Por que me dariam quinhentos mil votos? 
CLODOVIL – Porque acreditam em mim. Eu nunca dei a minha bunda pra ver o pau entrar, quando dei a minha bunda dei por prazer de dar; prazer de estar vivo e de obedecer a uma vontade minha, que não era contra ninguém. Nunca me pegaram de calça na mão. Eu nunca entrei num motel. Morei a vida inteira com mamãe e ela nunca viu nada. 
CLODOVIL – O que é que é a bondade e a maldade? 
CLODOVIL – Não sei. Mas comportamento sexual não tem nada a ver com isso, embora eu ache que uma moça que vilipendia a própria vagina não vale nada. Não estou falando mal das prostitutas. Antigamente até precisava [de prostitutas], as mulheres eram virgens. Mas hoje em dia todo mundo dá. Para que precisa de puta? Vilipendiar a vagina é um acinte. A vagina é um órgão sagrado. Quando li Brown (de O Código Da Vinci) fiquei feliz de  constatar isso. Não me peça pra transar com uma mulher. Não consigo, mas não me peça pra falar mal de uma mulher que eu também não consigo. Eu falo mal de prostituta, de mulher não.  
SILVIO – Você ainda precisa trabalhar para sobreviver?
CLODOVIL – Ninguém acredita que eu sou uma pessoa pobre.
ULISSES – Em termos de?
CLODOVIL – De dinheiro. Só que todo dinheiro que fiz foi roubado. Mas não posso ter dinheiro senão vou embora e tenho que ficar aqui por alguma razão, é meu carma. Eu não tenho mais cara de pobre. Recebi um recado de um vidente que me disse que meu pai biológico é um homem muito importante no Brasil; que nasci de uma aventura. Mas por que vou pesquisar? Se não me interessou antes, por que vou me interessar agora, com 70 anos? 
ULISSES – E ele não falou quem seria essa pessoa?
CLODOVIL – Falou, mas não vou contar.
ULISSES – Mas qual era o ramo dele, era político?
CLODOVIL – Ele era repórter e trabalhava numa revista chamada “M…”! (Risos). Eu prefiro acreditar nessas coisas que a gente não entende. Acabei de ter uma briga com a empregada por uma coisa boba. Sou exigente com os empregados, mas sou comigo também. É esse socialismo de merda que tem no Brasil, que quer que todas as pessoas sejam iguais. Isso é um socialismo de merda mesmo. Não é assim. O Brasil é uma merda porque as pessoas que têm comando e poder querem sempre mais alguma coisa. Na política de hoje, não adianta você votar em alguém se você também não fizer nada pelo voto. E o pior de tudo é que os políticos prometem “eu vou fazer isso, eu vou fazer aquilo”. Não vão fazer.! Não vão porque o povo não vai deixar. O povo adora matar as pessoas. Eu não prometi nada! Em compensação, tenho certeza do que vou fazer. Não vou para lá fazendo nome de vigarista pra ganhar dinheiro de segunda, pra me comprometer.
ULISSES – Você já tem uma profissão.
CLODOVIL – Uma não, muitas. Só que vocês estão preocupados com aquela história de “ai, ele é gay”…
ULISSES – Mas há outros gays na Câmara, o problema nem é esse.
CLODOVIL –Não tenho interesse nenhum nos outros. Estou falando do meu rabo, o deles nem me interessa… 
ULISSES – É, mas o problema deles não é se você é gay…
CLODOVIL – Mas não adianta nada, querido. O bom é quando você sabe o que quer fazer de coração e não espera ganhar nada. É a Lei do Retorno. Eu vivencio as minhas coisas até a última instância, e tiro proveito de tudo que posso vivenciar. Vivo do meu cérebro e inteligência, da minha percepção, e isso ninguém pode me tomar. Eu não gosto de tripudiar das pessoas que trabalham. 
FERRO – Hum-hum
CLODOVIL – Eu estava dormindo ontem e às três e meia da manhã tocou a campainha. Era o porteiro do meu prédio com um pacote. “Um senhor deixou esse pacote para você”, “mas quem deixou?”, “Ele pediu para não dizer”… Tinha 25 mil reais no pacote! 
ULISSES –  Ué? O que é que você fez? Ficou com o dinheiro?
CLODOVIL –  Vim aqui correndo pagar todas as contas. 
ULISSES – Mas apareceu como esse dinheiro?
CLODOVIL – Você acha que “aparece” esse dinheiro? Vocês não sabem da vida de ninguém. Vocês da mídia não se ocupam com as vidas das pessoas, vocês se ocupam com o fuxico. Vocês acham que a vaca da Cicarelli é só aquilo? Nunca mostraram o outro lado dela! “Ah, mas esse é o lado que interessa, o bundão, o bucetão”. É a mídia que faz tudo. Antigamente era uma honra escrever no jornal. Hoje em dia o jornal vai para carne de açougue em subúrbio e para a bunda de operário. Vocês dizem “ah, o Clodovil fala mal de Deus e o mundo”, eu falei mal de alguém? Eu não deixei de dizer que a Cicarelli é uma piranha, mas quem fez essa piranha? A mídia!
ULISSES – O passe dela foi mais valorizado depois do que aconteceu.
CLODOVIL – Gente, não existe mais vergonha na cara. “Ah, mas você não tem que se preocupar porque lá tem muito gay”. O que me interessa? Para mim, nunca foi título de nobreza dar o rabo! 
ULISSES – É, mas acho que esse não é o problema que as pessoas vão ter contigo.
CLODOVIL – Mas isso é problema delas, eu vou ter que conviver com elas. Só que elas  não vão carregar o meu caixão. Eu preciso deles pra quê? Outro dia um cara do PCC me ligou pra me ameaçar, dizer que ia me matar, naquele jeito de falar deles, “as parada”. Eu disse “Eu não tenho nada contra você, eu só não quero conviver com você, tanto que você disse que vai me matar, então vão matar quantas vezes? Uma única vez! Não vão me matar várias vezes!” “Você tá debochando da minha cara?”, ele perguntou. “Eu não, você falou o que quis e eu tô falando o que eu acho que tenho que responder. Você vai mandar me matar? Então manda dar um tiro no cu, porque eu não quero que estrague a minha pele!”. (Risos)
ULISSES – O cara não ligou mais né?
CLODOVIL – Não. Mas pode acontecer? 
CLODOVIL – Pode! Mas eu não quero ter medo; não gosto de ter medo. E é isso que eu vou pôr em prática. Minha sala (gabinete de deputado) vai ser um esplendor. Vai ser pequena como todas, mas vai ser assunto da mídia e eles não vão poder desmanchar porque vai ficar lindo. (Risos)A gente tem que passar pelos lugares e em vez de deixar merda, deixar beleza. É assim que eu sou…
ULISSES – Você fala muito em carma,  em missão, etc. Você acha que toda a sua trajetória foi construída para chegar a esse ponto? Para chegar à política?
CLODOVIL – Não, eu não sei. Isso não depende de mim, são coisas que vão acontecendo. Eu sei que tenho mais uma etapa política na vida. Eu não queria, juro por Deus que não queria, eu não me sinto acrescentado em nada sendo político. Na verdade, eu não pude nem usufruir o prazer dos meus 500 mil votos. Agora, me tiraram um milhão e meio de votos porque se eu chegasse com dois milhões de votos em Brasília eu seria presidente da Câmara, e isso não pode acontecer. Aquela história “um viado…”
ULISSES (entusiasmado) – Seria demais!
CLODOVIL – Não usufrui nada disso. Só usufruto do que consigo sentir, do que consigo assimilar. Eu já falei, eu nunca dei a bunda pra ver o pau entrar.
SILVIO – E quando falam do seu despreparo na política?
CLODOVIL – Eu já sei como fazer, fui lá. Agora todos vão lá. Mas quem foi primeiro, à Câmara dos Deputados? Agora todos vão. Mas não foram recebidos na Câmara pelos empregados como eu fui. Virou um tumulto, uma feira. Sou uma vedete. Agora, se um repórter me perguntar uma sigla qualquer dessas que tratem de uma lei qualquer, eu não sei o que dizer. Sou marinheiro de primeira viagem e não tenho obrigação nenhuma de saber. Se ele encher meu saco…  Je parle français avec lui. On va voir le qui se passe. Tu ai compri?
ULISSES – Oui, j’ai compri. 
CLODOVIL -  Compreendeu? Vou só falar francês. E ver o que se passa. Se o repórter insistir em fazer gracinha… porque quem vai fazer isso não é o político, é o repórter, aquele merda que anda com aquela câmera e aquele microfone enchendo o saco e contando o que convém. É tudo uma tramóia! 
SILVIO – A minha pergunta sobre o despreparo é porque, na verdade, a gente acha que o despreparo é de quem tá lá há 20 anos…
CLODOVIL – Mas acontece que o Brasil está despreparado desde o Descobrimento. 
SILVIO – Nossa expectativa é que você seja uma espécie de porta-voz , alguém que vá jogar a merda no ventilador… 
CLODOVIL – Jogar a merda no ventilador é pra sujar todo mundo…
SILVIO – Tem merda em todo canto.
CLODOVIL – Outro dia, o presidente do Ministério Público falou comigo em tom arrogante. Os promotores mandam mais do que todos. Mas eu disse a ele: “você esqueceu: que no meio de vocês também tem gente ordinária, vagabunda. Senti que ele não tinha muito argumento pra falar comigo, porque no transcendental eu escapo de qualquer pergunta. Aí eu disse: “o senhor sabe até quantos anos vai viver?” “Não.” “Então como é que o senhor acha que pode mandar na vida de alguém? Não consegue mandar nem na sua vida, como é que vai mandar na dos outros? Vocês manipulam um poder idiota e pensam que são maiores que os outros! Eu não vou respeitar vocês mesmo e eu não digo um palavrão aqui porque não se faz necessário”. Todo mundo tem medo de tudo, mas eu não tenho medo de nada. Ele é igualzinho a mim. Se ele me desrespeitar eu desrespeito ele. Eu não posso respeitar o Lula. Por que eu respeitaria esse analfabeto? Qual a filosofia de vida que ele implantou para que eu tivesse respeito a ele? Ele participava de uma seita, porque o PT nunca foi um partido, é uma seita. Tem gente lá que pode até ter capacidade, mas ele é ignorante. Eu tenho vergonha de dizer que ele é presidente do meu país.  
CLODOVIL  – Então como é que essas pessoas votam nele?  
CLODOVIL – É o fim do mundo! Mas como pessoa, ele tem o mesmo direito que eu de estar nessa vida. Não é ele que é pretensioso e imbecil, é o povo que é anárquico. Só que é uma anarquia boba, porque quando a anarquia é bem-humorada, sai coisas ótimas, como foi o Pasquim. Hoje em dia não dá mais pra fazer isso. O que é o humor hoje? É transformar aquela coisa grande que morreu lá na Europa, o Bussunda, em arauto de uma coisa filosófica e política. Ah, vai se comer, né, malandro? Não tem nada a ver. 
SILVIO – hum-hum.  
CLODOVIL – Não sei se entro bem no esquema da sua revista, mas estou mais próximo que os outros. Porque adoro a beleza,  o chique, o elegante. Eu não gosto de porcaria. Os meus cachorros estão cheirando a cravo-da-Índia porque eu peço aos empregados que os cães estejam sempre assim. Deus nos mostra as coisas de uma forma tão bonita. Entre os animais irracionais as fêmeas são as mais feias. Mas na raça humana é o contrário. Gostar de mulher é uma coisa tão vaga… Eu sei que gosto de mulher. Agora, o que significa moralmente para o homem dizer que gosta de mulher, se ele não sabe nem a parte da mãe que faz parte dele? Quando você pega o peito da mulher e espreme para fazer uma espanhola [modalidade sexual que consiste basicamente em o homem acomodar o pênis entre os seios da parceira enquanto ela os espreme], é agradável? 
CLODOVIL – Deve ser! 
CLODOVIL – É excitante? 
CLODOVIL – É! 
CLODOVIL – Então faça com outra mulher, não com a sua, porque dali vem o colostro que vai alimentar o seu filho. Ali não é lugar de pôr o pau. O problema é que quando o homem casa com a mulher, ele casa por várias razões. No começo pimba, faz legal, tudo direito porque está no começo. Só que depois que ela tem o filho, a mãe vira uma santa, porque ele já tá enjoado, aí quando ele come, come papai-e-mamãe, aquela coisa horrorosa. Resultado: tudo que é excitante ela sabe, mas aí ela fica mal fodida e morre de câncer. De câncer no seio. Pense só numa mulher de subúrbio que deita com um homem na cama com chulé, peida debaixo do cobertor, arrota, faz tudo com aquela coitada que não pode se manifestar, senão ele vai pra televisão, fala que ela tá dando pro padeiro e mata ela. Não é isso? 
SILVIO – Antes de começarmos a entrevista, você nos contava que teve um insight antes de se lançar candidato. Queria que você falasse um pouquinho como foi essa história…  
CLODOVIL – Foi assim: o médico me disse que eu tava com câncer na hora do almoço, e eu disse “que bom! se fosse Aids, eu teria feito mal pra muita gente. Câncer é uma dor só minha”. Nessa noite tive um pesadelo: uma cidade desmoronava e eu corria entre os escombros, carregando uma coroa – supostamente de Cristo – e uma máscara do menino-Deus – coisas que eu nem acredito, porque esse Jesus que se vende hoje foi inventado pelos judeus e não era esse Super-Homem. Nisso, eu vejo Paulette [falecido dançarino do Dzi Croquetes), que dizia “cadê aquela pessoa que corajosa que conheci em Paris?”. Depois aparecia o prefeito de Ubatuba, com a mão na cintura, e dizia: “Você quer poder? Vira deputado!”
ULISSES – Isso no sonho?
CLODOVIL – No insight. 
CLODOVIL - O que é um insight, para esclarecer as pessoas que não acreditam em nada? 
CLODOVIL - É aquilo que você ouve pelo cérebro. Então eu fui operado, estava no hospital, e me aparece um homem do PTC [Partido Trabalhista Cristão, sigla pela qual Clodovil lançou-se candidato a deputado federal] me convidando para ser deputado.
ULISSES – Do nada?
CLODOVIL – É. Como o dinheiro que chegou ontem lá em casa [em São Paulo, onde Clodovil também mantém uma residência]. É uma coisa que nem você nem eu entendemos. Fazem de tudo para me derrubar e não conseguem. Meu parceiro é Deus. Eu acredito muito nisso. Eu não vou fazer mal para vocês. Eu não fiz a Veja, não quis fazer a Época, não quis fazer a IstoÉ Dinheiro… E não faço! Agora estão cheias de notinhas simpáticas falando bem de mim, né? Vão se foder! Sempre tentaram me derrubar. Só que eu tenho talento, isso é inquestionável. Só que eu não tenho empáfia nenhuma disso. Sou assim e não vou mudar. Eu tento colaborar, só posso dizer a vocês como sou. Mas eu não tenho esse tom de voz, estou representando para vocês. Porque não vou mais botar as vísceras pra fora. Ninguém merece mais meu sacrifício, aquela minha inflamação, que é da minha personalidade. Pra quê?
ULISSES – Você acha que seus eleitores pensaram que você iria ao Congresso botar as vísceras pra fora?
CLODOVIL (interrompendo) – Eles não acham nada! Eu posso analisar de várias formas. Uma delas é que as pessoas adoram Joana D’Arc, para botar na fogueira pra morrer com eles.
SILVIO – Com certeza.
CLODOVIL – Quando alguém diz que votou em mim e digo “muito obrigado, agora quero saber o que você vai fazer agora”. Aí eles dizem “quem vai fazer é você!”. Eu digo “não…”. Não posso fazer nada sem ser ajudado, assim como não posso tocar punheta sem pensar em alguém. Se bem que agora não posso mais [se masturbar] porque não tenho mais ereção mesmo… Não tenho bode com isso.
ULISSES – hum-hum…
CLODOVIL – Não tenho medo do câncer, porque esse câncer na próstata eu mesmo trouxe, em função da minha homossexualidade. Eu tento ser coerente. Não gosto de mentira e estou cansado de ser desrespeitado. Não quero que você diga que sou lindo, delicioso, cultíssimo. Mas me botar defeitos também já é demais. É o que toda entrevista faz com a gente. Daí pegam a Tiazinha e tratam como se fosse uma deusa grega. É o fim do mundo! É o que me irrita. A gente vai falar horas aqui e eu só quero a oportunidade de passar para as pessoas que todo podemos encontrar alguma coisa quando nos predispomos a isso.
FERRO – E como você está se sentindo com 70 anos? 
CLODOVIL – Minha idade biológica é de 70 anos, mas clinicamente eu tenho 42. Como faço geriatria ha muito tempo, não tenho nada. É evidente que eu tenho 70 anos, mas não fico me queixando.
FERRO – Sua saúde está boa?
CLODOVIL – Claro. No hospital foi um deboche. Fui para a sala de operação cantando ópera. A anestesia não fez efeito. Os médicos vieram ver o que estava acontecendo, enquanto eu ria às gargalhadas com o enfermeiro. Vou fazer o quê? Tenho pavor de gente que se queixa, que choraminga o tempo inteiro. Ah, vai se foder! 
SILVIO – Vamos voltar um pouquinho para Brasília… (risos) 
CLODOVIL – Brasília é um lugar que foi inventado. E esse poder brasileiro, esse poder mau eu vou desmistificar.
ULISSES – Você acha que tem mais pessoas lá como você?
CLODOVIL – Quem dera que eu fosse uma Marilyn Monroe. Seria ótimo, mas eu não sou o único. Alguma coisa vou incutir alguma coisa na cabeça deles – dos políticos. Hoje nós vivemos uma maldade desnecessária. O mundo não precisa de exércitos, autoridade… Só um botão já acaba com tudo. Estamos a um segundo de uma catástrofe e não podemos fazer nada. Então pra que a maldade? Foram as pessoas más que impingiram isso! Esse poder americano horroroso que tenta entrar em qualquer lugar e que entrou aqui porque o Lula abriu as pernas.
SILVIO – E como é que você vê o Hugo Chavez?
CLODOVIL – Eu acho que ele é primo do Lula! Acho que encarnou um pra lá e outro pra cá.
SILVIO – Mas o Chavez não abriu as pernas… 
CLODOVIL – Ah! Só que quem lida com merda acaba lambuzado, não adianta.
SILVIO – Essa pode ir para nossa seção de frases. Tá todo mundo falando em merda.
CLODOVIL – A “merda” que eu mais acredito é a do teatro, onde “merda”é aquela coisa que traz sucesso. Tive grandes amigas que representam o teatro, como Cacilda Becker. Sempre existirão pessoas como ela. Você vai ver a consagração que vão fazer comigo quando eu morrer. Tenho orgulho de ter transformado minha vida numa coisa boa.  
SILVIO – Como você vê toda essa coisa da internet?
CLODOVIL – Olha, da primeira vez que fui mandado embora da televisão, foi por um homem chamado Ulysses Guimarães, eu falei para o presidente de lá: “você está falando como o Ulysses Guimarães…”, que era pretensioso e disse “manda esse viado filho de uma puta embora!”. Cadê o Ulysses Guimarães agora, meu querido? Os camarões já comeram. Os turistas já comeram o camarão, e ele é o que agora? 
Risos. 
ULISSES – Você foi demitido de onde nessa história do Ulysses Guimarães?
CLODOVIL – Da Manchete! Porque eu tava entrevistando um político, não lembro quem era, e disse “isso não é uma Constituinte, é uma prostituinte”. Constituinte é uma coisa que já nasce em você, é como com os ingleses.
ULISSES – É, lá não tem nada escrito. Você acha que deveriam fazer uma nova Constituição no Brasil agora?
CLODOVIL – Eu não sei fazer nada novo, imagina! Eu vou disposto a fazer, mas só vou fazer o que for permitido. O que não me for permitido, não vou poder fazer. Eu sou reliento mesmo. Não gosto de ver gente passando mal. Nunca tive nenhum problema com pobreza, pobreza nunca foi vergonha. Agora, o que esses pobres passam hoje em dia, por causa desses filhos da puta que desviam verbas… Por que vou ficar feliz vendo que alguém sofra a dor que eu não sofro mais? Agora, eu sou bom? Não, não sou. Eu não sei o que é bondade. Mas eu não sento em restaurante com meus empregados.
ULISSES – Por quê?
CLODOVIL – Eles não sabem comer direito, vão me causar asco, comem de boca aberta. E, pior que isso, eles vão se sentir mal, não vão comer nada, não será uma alegria para eles sentar comigo. Tanta gente aí que diz que é boazinha. Esses ricos de merda que sentam, pra tirar deles até as tripas, entendeu? É como a televisão que não me pagou, a televisão que estava querendo me contratar. Agora eles querem me pagar o dinheiro que eu recebia da minha última empresa, que aliás nunca me pagou. Mas eu precisava muito ir para a TV, porque esse processo novo do meu trabalho é desmistificar essa coisa de Brasília. Meu programa vai ser feito em Brasília também e quero mostrar que essas pessoas todas têm os mesmos problemas. Um filho de uma empregada dele que canta muito bem, um filho paraplégico que ele ajuda, coisas que eles têm medo de dizer…
SILVIO – O Roberto Jefferson canta bem ou mal?
CLODOVIL – Eu acho que ele cantou direito, todo mundo diz “não, imagina, é um babaca”, mas ele teve coragem de denunciar tudo. Nada a ver com o que aconteceu…
SILVIO – É, mas a gente não sabe o que motivou.
CLODOVIL – O que motivou? Quando você tem dor de barriga sabe o que motivou? O que interessa é que saiu merda! Agora, eu acredito em purificação de alma, de organismo. O organismo reage assim. Gripe, dor de barriga, é pra purificar o organismo.  Mas cada um acredita como quiser. Eu não tenho nada a ver com ele! Ele fala tudo errado, eu não gosto, não me fascina! Só que se você for pensar, realmente foi um ato de coragem. É muito difícil dispensar o dinheiro que tá entrando sem parar.
ULISSES – E esse programa na TV que você vai fazer, como será? 
CLODOVIL – Vai se chamar “Por excelência”, e será exibido nas noites de domingo, na TV do Jornal do Brasil, a CNT. Vocês vão ver como eles vão estar à frente. Eles vão estar concorrendo com o visceral, com a Globo. O Jornal do Brasil e a Globo sempre foram antagonistas. Na hora do “vamos ver”, quando eles precisam de Ibope eles vêm me procurar. Você sabe quanto eu dou de audiência no Faustão? São 42 pontos cada vez que vou lá. Ninguém consegue essa mágica. Se eu tivesse me candidatado no país inteiro, eu teria uma votação escandalosa! Por quê? Porque eu tenho uma mágica. Eu tenho essa cara de besta, parece que vivo de futilidade e tudo, mas nunca disseminei o mal. Você nunca me viu induzindo o mal na televisão. 
ULISSES – Você diz que se tivesse sido candidato em todo o país teria um número de votos ainda mais expressivo. Um cargo assim seria o de presidente. Você pensa…
CLODOVIL – (interrompendo) Eu não penso em nada! Não tenho capacidade. Eu tenho ódio do Lula pela pretensão dele. Você tem de ter estrutura pra amparar essa brincadeira. Qual foi o último presidente que nós tivemos? Juscelino Kubistcheck. Tudo combinava: a figura, a colocação, a objetividade, a obstinação, o modo de falar…
FERRO  –  Clodovil, você agora é um homem político…
CLODOVIL – Eu sempre fui! Viver é um ato político!
FERRO – … representando…
CLODOVIL – Não represento ninguém!
FERRO – … as pessoas que votaram em você…
CLODOVIL – Esse é o meu medo! Eu não posso pular fora porque foram 500 mil pessoas que me escolheram pra estar lá. Mas eu não tenho rabo preso. Todas as minhas coisas eu falo “ah, vai tomar no meio do seu cu” e vou embora. 
SILVIO – E se algum insight ocorrer?
CLODOVIL – Ah, isso eu não sei! Insight é insight. 
SILVIO – Em Brasília você vai morar aonde?
CLODOVIL – Em lugar nenhum. Vou morar aqui. Lá, vou morar num hotel. Dois dias por semana. 
CASTANHOLA, a cadela do Clodovil – Atchim!
CLODOVIL – Que foi, amor? Você está resfriada?
ULISSES – Clodovil, você acha que as coisas erradas da sociedade podem ser consertadas pela política?
CLODOVIL – Eu acho que o que está estragado é o caráter humano, não a política. É o caráter humano que não presta mais. Estamos vivendo uma época muito estranha, muito esquisita, onde o maldito tênis e o jeans nivelaram as coisas muito por baixo. Hoje as pessoas assaltam por um tênis Nike.
SILVIO – Ou o que esse tênis representa…
CLODOVIL – Exatamente. Eu não ponho tênis nem por um decreto.
SILVIO –É, está todo mundo reclamando e todos estão certos. Independente do que é o PCC, o manifesto deles reclama que há superlotação nos presídio e é verdade. A classe média reclama que está empobrecida, os pobres reclamam que já estão pobres, os ricos reclamam que não podem sair de casa…
CLODOVIL – Eu não estou reclamando de nada. Seria um absurdo eu reclamar. Sou o único que não pode reclamar de nada. Com 70 anos, não pareço pobre, com esse padrão de vida que tenho… Não preciso mais do que tenho para viver como vivo. É só.